segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Bereshit 38p(Gênesis)Capitulo da Midrash Rabah(Toráh oral)


Avraham morre e é sepultado por Yitschac e Yishmael

Avraham morreu quando já era um ancião que tinha tudo o que podia desejar. Viu, inclusive, seu filho Yishmael fazer teshuvá antes de morrer.

Yitschac e Yishmael sepultaram-no na Gruta de Machpelá, ao lado de Sara.

D'us recompensou Yishmael, por ter vindo do deserto, especialmente para prestar as últimas honras em respeito a seu pai. Em retribuição, D'us honrou-o, enumerando a progênie de Yishmael, nos últimos versículos desta parashá.

Os louvores à Avraham

Quando Avraham faleceu, todos os grandes povos dentre as nações enlutaram-se. "Ai do mundo, que perdeu seu líder, e ai do navio que perdeu seu capitão!"

Durante sua vida Avraham rezara por mulheres estéreis, e estas engravidaram; pelos doentes, e ficaram curados. Até navios navegando no longínquo oceano foram salvos, pelo mérito de Avraham.

Apesar de o mundo inteiro negar a existência de D'us, conseguiu ser o único em sua crença, e afirmar a Onipotência de D'us. Por causa disso foi chamado de Avraham "Ha'ivri" (o hebreu), significando o homem que permanece de um lado (ever = lado), enquanto o mundo inteiro une forças contra ele.

Quando Avraham morreu, D'us louvou-o da seguinte maneira: "Avraham era um tsadic tão grande que, se não fosse por ele, Eu não teria criado o Céu e a Terra."

Por dois mil anos após a Criação do Mundo, D'us estava aborrecido com as pessoas que adoravam ídolos. Quando Avraham nasceu, D'us se alegrou, pois Avraham ensinou a dezenas de milhares de pessoas a servirem-No

Avraham sabia como curar doentes com diversos tipos de remédios (segulot). Acima de tudo, curava aqueles cuja "mente estava doente," os que não acreditavam em D'us. Ele os ensinava a acreditar no Criador.

Avraham foi posto à prova por D'us dez vezes e superou todas elas.

Compreendeu e seguiu a Torá muito antes da Outorga da Torá, ensinando-a a seus filhos.

Não houve um dia sequer, em toda a sua vida, em que não realizou um ato de santificação do Nome Divino (Kidush Hashem).
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Bereshit 37p(Gênesis)Capitulo Midrash Rabah(Toráh oral)



Avraham casa-se novamente com Hagar, que ostenta o novo nome de Ketura

Enquanto Eliêzer estava em sua jornada, Yitschac também viajara. Fora buscar Hagar, para que se casasse novamente com seu pai. Yitschac pensou: "Meu pai está preocupado com meu casamento, enquanto ele próprio não tem uma esposa!"

Assim como Avraham cumpriu a ordem de D'us separando-se de Hagar e mandando-a embora, também assim o fez, casando-se novamente com ela, sob o comando de D'us.

A Torá relata que Avraham desposou uma mulher de nome Ketura, mas na verdade, casara-se novamente com Hagar. Se Ketura era a mesma pessoa que Hagar, por que a Torá atribui-lhe um nome diferente?

Após ter deixado a casa de Avraham, Hagar voltou à idolatria da casa de seu pai. Mais tarde, porém, fez plena e sincera teshuvá, mudando completamente sua personalidade. D'us, então, deu-lhe outro nome, "Ketura." Este novo nome foi escolhido por indicar seus atos positivos:

• Ela segregou-se, e absteve de relacionar-se com outros homens durante todos os anos em que esteve separada de Avraham (keter = isolou-se).

D'us ordenou a Avraham que tomasse novamente Hagar como esposa porque sabia que ela merecia unir-se a Avraham.
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Bereshit 36p(Gênesis)Capitulo Midrash Rabah(Toráh oral)


Eliêzer na casa de Betuel

Rivca correu para casa para contar à mãe sobre o homem desconhecido da família de Avraham que precisava de um lugar para dormir e que havia lhe dado esses presentes.

Rivca tinha um irmão maldoso, Lavan (Labão). Quando viu a irmã usando um aro de ouro e pulseiras, pensou: "Se esse homem deu presentes tão valiosos para Rivca em troca de um pouco d'água, o que não me daria se o convidasse a entrar."

Lavan correu até Eliêzer e disse: "Bem-vindo à nossa casa! Temos lugar suficiente para ti. Também tirei os ídolos da casa!"

Lavan sabia que nenhum membro da casa de Avraham entraria em um local onde houvesse imagens de ídolos.

A família de Lavan serviu a Eliêzer uma refeição. Mas quando ele sentou-se à mesa, não começou a comer de imediato. Disse:

"Primeiro, quero explicar porque estou aqui.

"Meu senhor, Avraham, é muito rico. Tem um filho excelente, Yitschac. Qualquer moça de Canaã se sentiria feliz em casar-se com ele. Mas meu senhor deseja que se case somente com uma moça de sua própria família. Por isso me enviou aqui."

Eliêzer contou-lhes como conheceu Rivca perto do poço e terminou perguntando: "Concordam em dar Rivca como esposa para Yitschac?"

"Estamos de acordo, porque vemos que D'us fez tudo isto acontecer," respondeu Lavan, irmão de Rivca.

O pai de Lavan, Betuel, também estava presente. Betuel deveria ter respondido antes. Porém Lavan não honrava seu pai, e por isso respondeu antes dele.

Betuel era um homem mau. Pôs diante de Eliêzer um prato de comida envenenada. Queria que Eliêzer morresse para ficar com o ouro e objetos preciosos que este trouxera.

Mas enquanto Eliêzer falava, um anjo trocou as porções de Eliêzer e Betuel, e assim, este comeu a comida envenenada. Betuel morreu nesta mesma noite.

Eliêzer leva Rivca para Yitschac

Na manhã seguinte, ambos, Lavan e sua mãe, disseram a Eliêzer: "Queremos que Rivca fique em nossa casa mais um ano antes de partir."

Mas Eliêzer respondeu: "Não, quero que ela venha comigo agora mesmo!"

Perguntaram, então para Rivca: "Queres ir com este homem?"

"Sim, quero ir," respondeu. Estava feliz em deixar o irmão malvado e a casa repleta de ídolos e casar-se com o tsadic Yitschac.

Quando Rivca e Eliêzer chegaram às vizinhanças de Avraham em Canaã, Yitschac estava justamente voltando da reza de Minchá. Ele sempre rezava num certo campo onde havia silêncio e podia concentrar-se.

Nossos patriarcas instituíram as três preces diárias:

• Avraham - a oração matutina, Shacharit

• Yitschac - a oração da tarde, Minchá

• Yaacov - a oração noturna, Arvit

Rivca ergueu os olhos e viu um homem que parecia um tsadic. Havia um anjo sobre ele que o protegia.

Rivca desceu do camelo e cobriu seu rosto recatadamente com um véu.

"Quem é este homem?" - perguntou a Eliêzer.

"É meu senhor, Yitschac" - respondeu Eliêzer.

Eliêzer relatou a Avraham e Yitschac como D'us o ajudara a encontrar uma esposa para Yitschac.

Yitschac levou Rivca para a tenda de Sara. Percebeu, então, que ela era uma mulher justa, como fora sua mãe Sara. Pois, novamente, a luz ardia da véspera de um Shabat até o seguinte, a massa era abençoada de modo que sempre havia o suficiente, e a nuvem de D'us pairava sobre a tenda, tal como acontecia durante a vida de Sara.

Yitschac estava feliz por ter encontrado uma esposa digna.

O Midrash explica: Por que Sara mereceu esses milagres

Sara era meticulosa na observância das três mitsvot dadas especificamente às mulheres: acender as velas do Shabat, separar a chalá da massa, e cumprir as leis relacionadas à pureza familiar. Em troca, D'us a recompensou com três bênçãos:

• Por ser cuidadosa em tirar a chalá, sua massa foi abençoada.

• Como recompensa por cumprir a mitsvá de acendimento das velas, suas luzes ardiam da véspera de um Shabat até o próximo.

• Por seguir as leis de Taharat Hamishpachá, Pureza Familiar, a nuvem da Shechiná pairava sobre sua tenda, pois o estado de pureza atrai a Presença Divina.

Todos os três sinais reapareceram para Rivca porque ela cumpria essas mitsvot com a mesma dedicação de Sara.

 

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Bereshit 35p(Gênesis)Capitulo Midrash Rabah (Toráh oral)



Avraham pede a Eliêzer para achar uma esposa para Yitschac

Em sua velhice, Avraham tinha tudo o que podia desejar, com uma exceção: seu filho Yitschac não estava casado.

Avraham chamou seu fiel servo Eliêzer e disse-lhe:

"Meu filho Yitschac precisa de uma esposa. Confio a você a tarefa de encontrar-lhe uma.

"Porém, não escolha uma das moças dos canaanitas, porque todos eles foram amaldiçoados por Nôach (como foi mencionado na Parashat Nôach)."

"Em vez disso, vá até minha família em Charan e procure lá uma boa e digna esposa para Yitschac. Apesar dos membros da minha família adorarem ídolos, sei que são bondosos e sinceros. Por isso, uma moça de minha família terá, para começar, bons traços de caráter. Ela poderá aprender a servir a D'us e transmitir a seus filhos."

Eliêzer partiu para Charan. Avraham deu-lhe uma carta em que dizia que tudo que possuía pertencia a seu filho Yitschac. Se Eliêzer mostrasse a carta para os parentes da moça, eles, com certeza, permitiriam que casasse com Yitschac.

Eliêzer chegou a Charan antes do fim do dia. Isto foi um milagre. Normalmente, a viagem para Charan levava muitos dias. D'us fê-lo chegar lá rapidamente para ajudar Yitschac a casar-se sem demora.

Eliêzer põe Rivca à prova, ao lado do poço

Ao anoitecer, Eliêzer chegou ao poço que havia na entrada da cidade de Charan. Diariamente, os habitantes de Charan enviavam suas filhas ao poço para lhes trazerem água e, por isso, Eliêzer sabia que lá encontraria todas as moças de Charan.

Eliêzer rezou a D'us: "Por favor, ajude-me a encontrar a moça adequada para Yitschac!

"Yitschac necessita de uma esposa hospitaleira, que receba cordialmente os numerosos hóspedes que sempre vêm à nossa casa, que seja rápida em servi-los e tenha paciência com eles. Yitschac também precisa de uma esposa justa e compreensiva.

"Hei de testar uma das moças que estão chegando para tirar água do poço. Pedir-lhe-ei para me dar água. Se me responder: 'Beba e também darei água a seus camelos', saberei que é bondosa e hospitaleira. Interpretarei isto como um sinal de que Tu, D'us, a escolheste como esposa de Yitschac. (Mas se disser: 'Por que devo extrair água para ti?' 'Podes tirar água do poço por si mesmo!' ou 'Pede a uma das outras moças,' então ela não é a esposa generosa e amável que estou procurando)."

D'us aceitou a oração de Eliêzer. Fez com que Rivca viesse ao poço. Ela jamais saía para tirar água do poço. Era de nobre linhagem e seu pai, Betuel, governava a região. Geralmente Rivca enviava criadas para estas tarefas. Agora, porém, os anjos de D'us dirigiram Rivca ao poço, a fim de conduzi-la a seu destino como esposa de Yitschac.

Eliêzer observou a maneira pela qual todas as moças tiravam água. E então reparou que uma delas não precisava abaixar seu balde para dentro do poço. Ocorria um milagre e a água subia até ela. Eliêzer pensou: "Esta moça deve ser uma tsadeket, se D'us faz este milagre por ela!" Correu até ela e pediu-lhe:

"Por favor, dê-me alguns goles d'água do seu jarro."

Rivca passa no teste

Rivca respondeu para Eliêzer respeitosamente: "Beba, meu senhor."

Quando Eliêzer terminou de beber, ela acrescentou: "Agora também darei a seus camelos toda a água que necessitam"

Eliêzer viu que esta era uma moça excepcionalmente bondosa e hospitaleira. Ela se ofereceu para dar água a dez camelos - uma difícil tarefa! Correu para o poço e encheu seu jarro repetidas vezes para ajudar um homem que lhe era estranho.

(A excepcional bondade de Rivca pode ser melhor apreciada se atentarmos à enorme quantidade de água que ofereceu-se para trazer: não apenas um jarro de água para cada camelo - o que ocasionaria que voltasse ao poço dez vezes para encher a ânfora - mas água o suficiente para que os camelos ficassem saciados. Sabe-se que camelos bebem enormes quantidades de água de uma vez, armazenando-a em seu estômago por vários dias. Rivca cumpriu a vasta empreitada com agilidade e rapidez, sem se incomodar com o fato de Eliêzer não levantar um dedo para ajudar uma menina pequena, e ainda manter-se de lado ociosamente, enquanto ela trabalhava sozinha.)

Eliêzer ficou esperando porque queria descobrir mais uma coisa: será que no final a moça pediria dinheiro pelo seu grande trabalho?

Porém, Rivca não tinha tais intenções. Quando terminou de dar de beber aos camelos, preparou-se para partir.

Rapidamente, Eliêzer ofereceu-lhe presentes caros. Estava convencido de que D'us havia enviado a moça certa.

Eliêzer deu à futura noiva de Yitschac um aro de ouro com um diamante que pesava meio-shêkel, e dois braceletes dourados, cada um pesando dez shecalim.

Estes presentes eram uma profecia sobre o futuro. Demonstravam que Rivca se tornaria a mãe do povo judeu. O diamante de meio-shêkel indicava que cada judeu contribuiria ao Templo Sagrado com meio-shêkel por ano. Os dois braceletes, que os judeus receberiam duas tábuas, e o peso de dez shecalim indicava que sobre essas tábuas os Dez Mandamentos seriam gravados.

Eliêzer perguntou a Rivca: "Você é filha de quem? Há lugar para mim na casa de seu pai?"

Rivca respondeu: "Sou filha de Betuel. (Betuel era sobrinho de Avraham). Temos lugar em casa para que durmas e também comida para teus camelos."

Eliêzer agradeceu a D'us: "Obrigado, D'us, por ter me conduzido à moça certa da família de Avraham."
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Bereshit 34p(Gênesis)Capitulo da Midrash Rabah(Toráh oral)



O Midrash nos conta: Como surgiram os sinais de velhice

Apesar de Avraham ser idoso, tinha a aparência jovem. Até a época de Avraham, as pessoas não tinham sinais exteriores de envelhecimento. Aparentavam ser jovens até a morte. Yitschac era muito parecido com o pai, e não se conseguia identificá-los com facilidade. Avraham disse a D'us: "Mestre do Universo! Se Yitschac e eu entrarmos juntos num local, as pessoas não saberão a quem prestar honras. Se o Senhor alterasse a aparência de um homem em idade avançada, as pessoas saberiam a quem honrar."

"Muito bem," replicou D'us. "Pediste algo bom. Serás o primeiro a ver seu pedido atendido!" Apareceram, então, sinais de envelhecimento em Avraham.

 

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Bereshit 33p(Gênesis)Capitulo da Midrash Rabah(Toráh oral)



Avraham compra a Gruta de Machpelá

Avraham conhecia o local onde desejava sepultar Sara. Havia uma gruta, perto de Chevron, onde Adam e Chava estavam enterrados. Era um lugar sagrado, chamado "Gruta de Machpelá."

Avraham se propôs a comprar a gruta de seu proprietário, que se chamava Efron. Primeiro, porém, queria pedir permissão para à tribo de Efron, os Benê Chet:

"Por favor, deixe-me comprar um pedaço da propriedade para uma sepultura," pediu a eles.

Os membros da tribo Benê Chet responderam:

"És um homem famoso, um príncipe de D'us. Daremos a ti qualquer propriedade onde desejas sepultar teus mortos."

Avraham curvou-se para agradecer a D'us. Pediu aos membros da tribo:

"Por favor, peçam ao proprietário da Gruta de Machpelá, Efron, que a venda para mim."

Quando Efron ouviu que Avraham queria comprar sua gruta, foi pessoalmente falar com ele.

"Meu senhor," disse para Avraham. "Não quero dinheiro algum pelo campo onde está a gruta. Dou-a para você de graça."

"Não," protestou Avraham, "prefiro comprá-la."

Avraham sabia que Efron não falava a sério quando prometia dar-lhe a gruta de presente. Efron era um homem avarento e, em seu coração, realmente queria dinheiro em troca da gruta.

Portanto, Avraham insistiu: "Apenas diga-me o preço e o pagarei."

"Bem, se você insiste, direi o preço." replicou Efron. "É uma quantia muito pequena - apenas quatrocentos shecalim de prata."

Na verdade, não era em absoluto uma quantia pequena - era um preço muito, muito alto. O avarento Efron cobrava de Avraham um preço exorbitante, apesar de, a princípio, ter prometido dar a gruta de graça.

Avraham, porém, não regateou com Efron. Queria pagar pelo lugar sagrado o preço integral para que ninguém mais tarde afirmasse que a Gruta de Machpelá, na realidade, não lhe pertencia.

Avraham pagou a Efron quatrocentos shecalim. Depois, sepultou Sara.

Mais tarde, quando Avraham morreu, também foi enterrado na Gruta de Machpelá.

Há três lugares chave pelos quais nossos antepassados pagaram a não-judeus em dinheiro, para assegurar-se de que seriam legítimos donos das propriedades e com isso não poderiam ser acusados, mais tarde, de ter se apropriado destes ilegalmente:

• A Gruta de Machpelá, cuja transação é registrada pela Torá.

• O local do Bet Hamicdash (Templo Sagrado, em Jerusalém) foi comprado pelo Rei David de Aravna, do povo de Yevussi.

• O lugar de sepultamento de Yossef em Shechem (Nablus) foi adquirido por seu pai Yaacov.

O Midrash explica: Como a Gruta de Machpelá recebeu este nome

Você sabe o significado do nome "Gruta de Machpelá"?

Quer dizer "A Gruta dos Duplos." (A palavra "Machpelá" tem a mesma origem de "caful" que significa "duplo").

O que era "duplo" nesta gruta?

Há muitas explicações. Abaixo encontramos algumas delas:

1. Havia um "segundo pavimento" sobre a gruta, sendo assim realmente, uma gruta dupla. (Porém somente o andar de baixo servia como local de sepultamento).

2. Não só Sara foi sepultada nesta gruta como também seu marido Avraham, mais tarde, quando faleceu. Yitschac e sua mulher Rivca também seriam sepultados lá, e assim o foram Yaacov e uma de suas esposas, Léa. Outro casal havia sido enterrado na Gruta de Machpelá, muito antes: o primeiro homem, Adam (Adão) e sua esposa, Chava (Eva).

Como os sepultos na Gruta eram casais ou "duplos", a Torá a chama de Machpelá, significando "A Gruta dos Duplos."

Após a morte de Yitschac, a Gruta de Machpelá passou à posse de seus filhos, Yaacov e Essav. Havia sobrado lugar para só mais um casal. A questão era se Essav com uma de duas mulheres ou Yaacov com uma de suas mulheres seriam sepultados ali.

Yaacov perguntou a Essav: "Que preferes, uma pilha de dinheiro de nosso pai Yitschac ou um lugar na Gruta Machpelá?"

Essav pensou: "Por que hei de perder tanto dinheiro para ganhar um lugar de sepultamento? Por enquanto, ficarei com o dinheiro, mais tarde arranjarei um lugar de sepultura de graça."

Essav aceitou o dinheiro de Yaacov e, com isso, perdeu o direito à Gruta de Machpelá para sempre. Mas como veremos depois (na Parashat Vaychi) Essav quis, apesar de tudo, ser sepultado na Gruta de Machpelá.

3. Quando D'us quis sepultar Adam, o corpo deste não entrava na gruta. Adam media cem amot de altura. D'us teve que dobrar o corpo de Adam para que coubesse na gruta. Esta era chamada de "Machpelá / Dupla" porque D'us dobrou o corpo de Adam.

Apesar de a gruta ser pequena, D'us queria que Adam fosse sepultado lá por ser um lugar sagrado.

Atualmente conhecemos a localização exata da Gruta de Machpelá. Fica na cidade de Chevron (Hebron), em Israel. Os judeus rezam lá para D'us e Ele ouve suas orações em mérito de nossos antepassados que ali jazem.
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Bereshit 32p(Gênesis)capitulo da Midrash Raba(Toráh oral)



A morte de Sara

Depois da Akedá (sacrifício de Yitschac), Avraham voltou para sua tenda em Beer Shêva, mas não encontrou lá sua esposa Sara.

"Onde está Sara?" - perguntou aos seu servos. Estes o informaram:

"Sara viajou para Chevron (Hebron)."

Avraham foi em busca dela. Quando chegou a Chevron, ficou sabendo da triste notícia: sua mulher havia falecido.

O Midrash explica: Como Sara faleceu

O anjo mau, Satan, apareceu perante Sara depois que Avraham havia partido rumo ao monte Moriyá junto com Yitschac, para oferecê-lo como sacrifício.

Satan tinha o aspecto de um homem comum. Suas roupas estavam empoeiradas como as de um viajante que anda pelas estradas. Contou a Sara:

"Encontrei-me com seu marido, Avraham, e não imagina o que estava fazendo. Construiu um altar e pôs seu filho Yitschac sobre ele. Yitschac chorava implorando por piedade, mas Avraham se recusou a atender às comoventes súplicas de Yitschac. Amarrou as mãos e os pés do filho e o matou."

Sara começou a chorar. Pôs cinzas sobre a cabeça. "Meu filho Yitschac!" - exclamou ela. "Quem dera tivesse morrido em seu lugar. Mas sinto-me reconfortada e consolada porque sei que foi cumprida a palavra de D'us. D'us é justo em tudo que faz. Mesmo que meus olhos derramem lágrimas, meu coração está feliz por Avraham ter obedecido à ordem de D'us."

Sara desmaiou de emoção, mas logo depois se sentiu melhor. Disse às servas:

"Viajarei a Chevron para descobrir alguma coisa mais sobre o que ocorreu com Yitschac!"

No caminho, Sara perguntava a todos que encontrava:

"Vocês viram Avraham e Yitschac?" Mas ninguém soube lhe dizer nada.

Quando Sara chegou a Chevron, Satan voltou a apareceu-lhe outra vez. Disse-lhe:

"Antes, menti a você. A verdade é que, apesar de Avraham ter amarrado seu filho Yitschac sobre o altar, não o matou no final."

Sara sentiu-se dominada por tanta felicidade com esta notícia maravilhosa que não pôde suportá-la. O coração parou de bater e ela morreu.

Avraham guarda luto por Sara

Sara tinha cento e vinte e sete anos quando morreu. Viveu cada um de seus anos com integridade, aceitando todos os decretos de D'us com alegria. Mesmo aos cem anos de idade, era livre de pecados como alguém de vinte anos (que pode ser considerado livre de pecados porque com esta idade ainda não está sujeito à punição celeste).

Avraham lamentou muito sua morte. Com profundo pesar, exclamou:

"Todos devem chorar a morte desta grande tsadeket, porque D'us abençoou todas as pessoas por seu mérito.

"Sara serviu a D'us durante toda sua vida. Constantemente preparava comida para hóspedes e também os ensinava a crer em D'us.

"Durante toda sua vida, a nuvem da Shechiná (Presença Divina) pairava sempre sobre sua tenda. D'us abençoava sua massa de modo que sempre tinha pão em abundância; as velas que acendia na véspera do Shabat permaneciam acesas até a véspera do Shabat seguinte. Agora que ela não está mais aqui, tudo isto cessou."

Sara foi a primeira das quatro matriarcas, fundadoras da nação judaica. Foi uma das sete profetisas conhecidas.

As sete profetisas foram:

• Sara

• Miriam (irmã de Moshê)

• Devorá (a juíza)

• Chana (mãe do profeta Shemuel)

• Avigail (esposa do rei David)

• Chulda (que profetisava para as mulheres à época em que Yirmiyáhu profetisava para os homens)

• A Rainha Ester

Sara era tão grande que D'us falava diretamente com ela; enquanto que com outras profetisas Ele falou apenas através de mensageiros. Ela foi uma tsadeket de tal envergadura que até os anjos estavam sob seu comando. Quando ordenou ao anjo: "Golpeie", este afligiu o Faraó e toda sua casa com pragas.

Quando o rei Shelomô (Salomão) compôs a canção Êshet Cháyil, tecendo louvores à Mulher Virtuosa, aludiu a Sara. Todos os versos da canção, do primeiro ao último, referem-se a ela, uma vez que cumpriu toda a Torá, do começo ao fim.

 

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

O Templo e o Messias



 Introdução.
No livro do profeta Hagai (Ageu) que, embora seja pequeno no tamanho, é grandioso e riquíssimo no seu conteúdo devido ao relato nele contido, pois um período importantíssimo na história israelita é abordado trazendo aspectos que, ao serem examinados cuidadosamente, confirmam a manifestação do “Mashiach” (Messias) em duas etapas. Estamos nos referindo a reconstrução do “Beit HaMikdash”(O Templo), ocorrida em meados do ano520 a.C.
A mensagem de restauração que permeia o período pós-exílio ecoa até hoje e apesar de atualmente muitos utilizarem esta mensagem de uma forma totalmente desconectada do seu propósito e, consequentemente, sentido original, é inegável a importância deste texto na constituição da verdadeira “emunah” (Fé) israelita.
O Templo, símbolo da presença de YHWH.
Assim como o “Mishkan” (O santuário móvel do período da peregrinação no deserto), o Templo representava a presença do Eterno entre os “b’nei Israel” (filhos de Israel), pois era nele que os sacrifícios, ofertas e expiações eram feitos e o encontro entre Criador e criaturas, Céus e Terra se realizava como podemos verificar nos textos abaixo:
E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.
“Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis.” (Shemot/Êxodo 25:8-9)
E ainda:
“Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás à tarde.
Com um cordeiro a décima parte de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e para libação a quarta parte de um him de vinho,
E o outro cordeiro oferecerás à tarde, e com ele farás como com a oferta da manhã, e conforme à sua libação, por cheiro suave; oferta queimada é a YHWH.
Este será o holocausto continuo por vossas gerações, à porta da tenda da congregação, perante YHWH, onde vos encontrarei, para falar contigo ali.
E ali virei aos filhos de Israel, para que por minha glória sejam santificados.
E santificarei a tenda da congregação e o altar; também santificarei a Arão e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio.
E habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei o seu Elohim,
E saberás que eu sou YHWH seu Elohim, que os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles. Eu sou YHWH seu Elohim.”  (Shemot/Êxodo 29:39-46)
Cremos não ser necessário explicar neste artigo, que o “Beit HaMikdash” (Templo) mantinha todo o propósito, simbolismo e serviços do “Mishkan” (Santuário móvel), pois é algo descrito ao longo das escrituras com tanta clareza que uma dissertação sobre isso chegaria ser redundante.
O Templo também representa os tempos messiânicos e sua edificação, inclusive, é atribuída à linhagem de David, da qual nasceria o “Mashiach” (Messias) escatológico, conforme verificamos em She’muel beit (II Samuel) 7.1-17:
“E sucedeu que, estando o rei Davi em sua casa, e tendo YHWH lhe dado descanso de todos os seus inimigos em redor,
Disse o rei ao profeta Natã: Eis que eu moro em casa de cedro, e a arca de Elohim mora dentro de cortinas.
E disse Natã ao rei: Vai, e faze tudo quanto está no teu coração; porque YHWH é contigo.
Porém sucedeu naquela mesma noite, que a palavra de YHWH veio a Natã, dizendo:
Vai, e dize a meu servo David: Assim diz YHWH: Edificar-me-ás tu uma casa para minha habitação?
Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje; mas andei em tenda e em tabernáculo.
E em todo o lugar em que andei com todos os filhos de Israel, falei porventura alguma palavra a alguma das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que não me edificais uma casa de cedro?
Agora, pois, assim dirás ao meu servo David: Assim diz YHWH Ts’vaot: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o soberano sobre o meu povo, sobre Israel.
E fui contigo, por onde quer que foste, e destruí a teus inimigos diante de ti; e fiz grande o teu nome, como o nome dos grandes que há na terra.
E prepararei lugar para o meu povo, para Israel, e o plantarei, para que habite no seu lugar, e não mais seja removido, e nunca mais os filhos da perversidade o aflijam, como dantes,
E desde o dia em que mandei que houvesse juízes sobre o meu povo Israel; a ti, porém, te dei descanso de todos os teus inimigos; também YHWH te faz saber que te fará casa.
Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino.
Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre.
Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens.
Mas a minha benignidade não se apartará dele; como a tirei de Saul, a quem tirei de diante de ti.
Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre.
Conforme a todas estas palavras, e conforme a toda esta visão, assim falou Natã a David.”
 Como podemos ver, a relação entre o Templo e o Messias é íntima, algo que fica mais evidente ainda quando verificamos as datas das duas dedicações em comparação com o nascimento de certo personagem como veremos mais adiante.
Um Templo, duas etapas.
A motivação para escrevermos este artigo, originou-se justamente da comparação feitas entre o “primeiro” Templo (construído por Sh’lomo ha melech/ rei Salomão), e o “segundo” Templo (restauração liderada por Zirubavel/Zorobabel), ambos descendentes de David, mantendo e avivando os aspectos messiânicos do evento. Esta comparação acaba sendo o ingrediente mais pitoresco do livro de Hagai (Ageu).  Contudo, é importante frisarmos que, apesar de historicamente haver uma definição de “primeiro e segundo” Templo, dando a impressão de coisas distintas, na verdade não existiram, propriamente, dois Templos, mas apenas um que viveu duas etapas diferentes, o que é extremamente significativo considerando o fato de diversos comentaristas das sagradas escrituras considerarem a manifestação do “Mashiach” (Messias) em duas etapas! Seria uma simples coincidência ou mais uma indicação de como se daria a manifestação do tão esperado redentor?
Hagai/Ageu anunciou que o segundo templo, ou melhor, segunda etapa do templo seria mais gloriosa que a primeira etapa, algo que é muito curioso, pois se analisarmos seu texto numa perspectiva mais literal, parece haver uma contradição, pois como o “segundo” Templo poderia ser considerado mais glorioso que o primeiro se o próprio texto (e outros! Ver Ezra/Esdras 3.10-13), afirmam maior riqueza e esplendor daquele que existiu anteriormente?
A resposta certamente esta na forma como o profeta concebeu a mensagem do Eterno, ou seja, ele ouviu e anunciou tal mensagem sob a perspectiva do Próprio Elohim! Algo que está além da compreensão do homem natural, extrapolando os limites temporais deste, antevendo o futuro num contexto muito mais amplo e abrangente.
O Templo, Mashiach ben Yosef e Mashiach ben David.
Dentre as muitas interpretações acerca do que diz a Torah, os profetas e demais escritos sobre o Mashiach (Messias), boa parte dos comentaristas chegaram à conclusão de que a vinda do Mashiach (Messias) seria em duas etapas, uma como servo sofredor (ben Yosef) e a outra em glória como Rei Soberano (ben David). Se compararmos isto com o que diz o Hagai/Ageu 2.9, onde é dito que a glória do segundo Templo será maior que a do primeiro templo, mais uma vez vemos Yeshua cumprindo os requisitos necessários para ser reconhecido como o Mashiach, pois a segunda etapa de sua vinda será gloriosa, contrastando com sua primeira vinda, ou seja, a glória da segunda vinda será maior que a da primeira! Sim… Pois nela todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Yeshua é o Senhor!
As dedicações do Templo e o nascimento de Yeshua.
 Outro ponto de contato muito forte entre o Templo e o Mashiach esta nas datas envolvendo as dedicações do templo e o nascimento de Yeshua ben Yosef, vejamos:
E o rei Salomão ofereceu sacrifícios de bois, vinte e dois mil, e de ovelhas, cento e vinte mil; e o rei e todo o povo consagraram a casa de Elohim.
E os sacerdotes, serviam em seus ofícios; como também os levitas com os instrumentos musicais de YHWH, que o rei David tinha feito, para louvarem a YHWH, porque a sua benignidade dura para sempre, quando David o louvava pelo ministério deles; e os sacerdotes tocavam as trombetas diante deles, e todo o Israel estava em pé.
E Salomão santificou o meio do átrio, que estava diante da casa de YHWH; porquanto ali tinha ele oferecido os holocaustos e a gordura dos sacrifícios pacíficos; porque no altar de metal, que Salomão tinha feito, não podia caber o holocausto, e a oferta de alimentos, e a gordura.
E, assim, naquele mesmo tempo celebrou Salomão a festa por sete dias e todo o Israel com ele, uma grande congregação, desde a entrada de Hamate, até ao rio do Egito.
E no dia oitavo realizaram uma assembléia solene; porque sete dias celebraram a consagração do altar, e sete dias a festa.
E no dia vigésimo terceiro do sétimo mês, despediu o povo para as suas tendas, alegres e de bom ânimo, pelo bem que YHWH tinha feito a David, e a Salomão, e a seu povo Israel. (Divrei ha Yamim/2 Crônicas 7:5-10)
Na rededicação do mesmo Templo a Bíblia diz o seguinte:
No sétimo mês, ao vigésimo primeiro dia do mês, veio a palavra de YHWH por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
Fala agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e ao restante do povo, dizendo:
Quem há entre vós que tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada diante dos vossos olhos, comparada com aquela?
Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz YHWH, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz YHWH, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz YHWH dos Exércitos,
Segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu Espírito permanece no meio de vós; não temais.
Porque assim diz YHWH dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, farei tremer os céus e a terra, o mar e a terra seca;
E farei tremer todas as nações, e virão coisas preciosas de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz YHWH dos Exércitos.
Minha é a prata, e meu é o ouro, disse YHWH dos Exércitos.
A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz YHWH dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz YHWH dos Exércitos. (Hagai/Ageu 2:1-9)
Como podemos constatar tanto a dedicação quanto a “rededicação” do Templo ocorreram na mesma época, ou seja, ao final da celebração de Sukot, conhecida como a festa das cabanas, ou tabernáculos, certamente não foi obra do acaso, mas um sinal, algo para ficar marcado no coração dos israelitas. Agora vejamos a data de nascimento de Yeshua e suas palavras confirmando que ele e o Templo se fundem no âmbito da interpretação da profecia de Hagai/Ageu.
O nascimento de Yeshua pode ser “rastreado” se tão somente tivermos paciência de buscarmos nas escrituras as referências que nos levarão a uma conclusão sobre o assunto.
 Assim como o Templo foi dedicado em sukot, Yeshua nasceu na mesma época e como não se bastasse isso, Ele mesmo afirmou ser o Templo:
E estava próxima a páscoa dos judeus, e Yeshua subiu a Jerusalém.
E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados.
E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas;
E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda.
E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará.
Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Que sinal nos mostras para fazeres isto?
Yeshua respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.
Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?
Mas ele falava do templo do seu corpo.
Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isto; e creram na Escritura, e na palavra que Yeshua tinha dito.
(Yochanan/João 2:13-22)
Outro elemento importante para considerarmos, são as palavras descritas em Guilyana/Apocalipse 21.22, como se segue:
E nela não vi templo, porque o seu templo é o YHWH El Shaday, e o Cordeiro.

 Último, ocidental e fugindo à vista.
Abordaremos agora um aspecto interessantíssimo do texto de Hagai/Ageu, que só é possível enxergar a partir do texto original, vejamos:
גדול יהיה כבוד הבית הזה האחרון מן הראשון–אמר יהוה צבאות ובמקום הזה אתן שלום נאם יהוה צבאות 
Gadol ihieh kvod habeit hazeh ha acharon min ha rishon amar YHWH Ts’vaot uvamakom hazeh eten shalom num YHWH Ts’vaot
 A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz YHWH dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz YHWH dos Exércitos. (Hagai/Ageu 2:9)
A palavra hebraica utilizada para descrever último é אחרון “acharon”. Esta palavra também é utilizada para se referir a “ocidental”, outro detalhe que sugere uma interpretação surpreendente é o fato de que, se calcularmos o valor da palavra “acharon” através da guematria, (sistema de cálculo das letras hebraicas) chegaremos ao valor 265, o mesmo valor da expressão “hatsil eyn” que quer dizer literalmente “para escapar do olho”, ou seja, fugir à vista, esconder e etc. Logo, poderíamos dizer que o Templo estaria escondido no ocidente? Não exatamente, mas se considerarmos que o Templo e o Mashiach indicam a presença de YHWH, e que um tipifica o outro poderíamos dizer que: O Mashiach está escondido no ocidente! Mas de que forma? Bem… Nós sabemos que o Mashiach seria Judeu, cumpridor da Torah e restaurador do Reino de Israel resgatando os dispersos deste povo nos quatro cantos da terra, Estabelecendo a Paz e a justiça. Portanto, qualquer definição diferente disso é equivocada. Contudo, boa parte dos judeus modernos consideram que esta obra seria feita em uma única etapa e este detalhe, somado à roupagem que foi dada a Yeshua HaMashiach por parte do cristianismo, dando–lhe o nome  “Jesus Cristo”, faz com que os judeus o neguem por considerarem que ele não cumpre os requisitos estabelecidos pelas escrituras, de fato, a forma como este Messias é apresentado difere bastante do que é apresentado pelos profetas, pois ele é apresentado numa forma ocidental (acharon), causando estranheza a seu povo… Exatamente como ocorre com Yosef (José), que apesar de ser hebreu, ter nome hebreu, observar a Lei do Eterno foi apresentado a seus irmãos como um egípcio, chamado de “tsafenat paneach”, vestido como um egípcio, submisso as leis egípcias.
Conclusão.
Cremos que em breve, as roupas ocidentais serão removidas e não somente a identidade do Messias será revelada aos seus irmãos, mas também toda sua obra redentora será reconhecida pela Casa de David…
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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nabi Shmuel (Profeta Samuel)


A Haftará de Côrach é extraída do Livro de Shmuel. A Haftará sempre tem uma conexão com a Sidrá, e a Haftará de Côrach tem uma conexão dupla. Primeiro, porque Samuel era descendente de Côrach; e segundo, porque há uma semelhança no conteúdo da Haftará. Explica como Côrach fez uma rebelião contra Moshê e como Moshê defendeu-se modestamente, argumentando que jamais usara sua autoridade em benefício próprio, que nem sequer pedira emprestado o burro de alguém. O Profeta Samuel usa quase as mesmas palavras. Para assegurar, não houve uma verdadeira rebelião contra Samuel, mas o próprio fato de que os judeus exigiam um rei, parecia ser um protesto contra o grande juiz e profeta que os tinha servido tão fielmente. A conexão entre a Haftará e a Sidrá da semana, portanto, é bastante clara.

Samuel era descendente de Côrach, e isso nos mostra o poder do arrependimento. O próprio Côrach não se arrependeu, mas seus filhos se arrependeram em tempo de se salvarem da morte horrível que se abateu sobre seu pai e os seguidores dele. "E os filhos de Côrach não morreram." Eles mereceram que o grande Profeta Samuel fosse um dos seus descendentes. Os filhos de Côrach também foram cantores e poetas famosos entre os levitas. São os autores de diversos Salmos que permaneceram para sempre com o povo judeu, juntamente com aqueles de Moshê e do Rei David, e os outros que juntos nos deram o Livro de Tehilim.

Elkanah, pai de Samuel, foi um dos membros mais respeitados e ricos da tribo dos levitas. A mãe de Samuel, Hannah, era uma mulher recatada e temente a D'us; uma profetisa, que nos deu uma profecia maravilhosa na forma de uma Canção de Louvor. Hannah era estéril. Certa vez, quando rezava no Santuário em Shiloh, fez a seguinte promessa: "Se D'us aceitar minha prece e me conceder um filho, eu o criarei como um nazarita, cuja vida inteira será dedicada a D'us."

A prece sincera de Hannah foi aceita e ela teve um filho, a quem deu o nome de Shmuel, Samuel ("D'us ouviu").

Quando Samuel ainda era pequeno Hannah, fiel à sua promessa, levou-o ao Santuário em Shiloh, para que ali ele aprendesse Torá sob os cuidados de Eli, o Sumo Sacerdote. Embora ela amasse o filho mais que à própria vida, e lhe fosse difícil separar-se dele, ela de boa vontade o levou à Casa de D'us.

D'us revelou-Se muito cedo ao jovem Samuel, e ele cresceu percebendo que D'us tinha colocado uma grande responsabilidade sobre ele.

Samuel revelou-se ao povo num momento crítico. Ele encontrou-o dividido entre doze tribos. Era uma nação apenas no nome. Na verdade, havia doze tribos, doze territórios. A unidade que Moshê tinha criado no povo e que Yehoshua tinha continuado, desaparecera durante o governo dos Juizes. O povo estava muito influenciado pelos vizinhos idólatras e seus padrões eram baixos, tanto moral quanto politicamente. Até os professores do povo, os Sacerdotes, não cumpriam os seus deveres. Os filhos de Eli, o Sumo Sacerdote eram mimados, e suas ações não estavam de acordo com a Torá.

Os filisteus, inimigos dos judeus, se aproveitaram da situação e atacaram os judeus. A cidade sagrada de Shiloh, onde ficava o Santuário, foi destruída. O povo estava desesperado. Samuel tinha uma tarefa difícil pela frente, mas com grande entusiasmo começou a cumprir seu destino.

Ele percebeu que o povo precisava de professores sérios de Torá, e portanto reuniu um grupo jovem de profetas. Na cidade de Ramah, terra de Samuel, todos os profetas se reuniram e aprenderam Torá com ele, preparando-se para o seu destino, ou seja, fazer o povo retornar para D'us, e impedir que fosse atraídos pela idolatria das nações que os cercavam.

Samuel foi logo reconhecido não apenas como profeta mas também como juiz. Ele foi o último dos juizes; depois dele, o Rei Shaul se tornou o líder da nação judaica.

Todo ano, Samuel visitava as cidades e aldeias judaicas. Ele não esperava que o povo fosse até ele. Ele ia ao povo com palavras bondosas e os encorajava. Explicava a eles que D'us exigia deles, principalmente, que vivessem uma vida Divina, e cumprissem Seus mandamentos. Isso era mais importante que meros sacrifícios. Samuel também podia ser severo quando necessário, e quando um mandamento estava em jogo ele não fazia concessões.

A influência de Samuel sobre o povo logo ficou evidente. As pessoas jogaram fora todo tipo de ídolos e começaram a observar os caminhos da Torá. As tribos, então separadas e distantes, começaram a se aproximar e mais uma vez o povo se uniu. Com esforços combinados, o povo começou a se libertar da opressão dos filisteus. iniciaram uma batalha contra seus piores inimigos e os conquistaram. Os judeus tomaram de volta dos filisteus todas as cidades que estes lhes tinham tirado à força na época da destruição de Shiloh.

Samuel era amado e respeitado pelo povo. Era seu juiz, profeta e pai.

Em seus anos de declínio, porém, Samuel ficou desapontado. Os judeus tinham medo de ficar sem um líder político. Eles desejavam um rei, como as outras nações. Samuel era da opinião de que os judeus não precisavam um rei mortal; D'us era o rei deles, e enquanto permanecessem reunidos ao redor da Torá, Ele os protegeria; se eles não permanecessem leais a D'us, um rei não os ajudaria.

Samuel continuou sua sagrada obra como profeta de D'us. Ele não aceitava pagamento pelo seu trabalho, vivendo da herança que recebera dos pais.

Samuel viu com desgosto que Shaul falhara na hora de necessidade, quando desobedeceu à ordem de D'us em conexão com a guerra contra Amalek. Samuel repreendeu-o severamente, e sem medo, informou-o que D'us tinha tirado dele o reino. Recaiu sobre Samuel a tarefa de ungir David, filho de Jesse, como sucessor de Shaul.

David era discípulo e sucessor de Samuel na cadeia da tradição que começara com Moshê. David recebeu dele tudo que Samuel tinha aprendido com seus predecessores. Samuel transmitiu a ele tudo que lhe fora transmitido de geração em geração, desde a Outorga da Torá no Monte Sinai.

Samuel podia partir deste mundo com uma sensação de alegria, sabendo que havia deixado um grande líder em seu lugar. Ele faleceu em Ramah e foi enterrado ali. A nação inteira pranteou grandemente a perda de seu amado líder Shmuel, o Levita, seu juiz e profeta.
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O Conselho de YITRÓ (Jetro).


(Shemot/Êxodo 18:13 a 27)
Seguindo viagem, Mosheh e o povo acamparam ao pé do Monte onde YHWH havia falado com Mosheh e dado a incumbência de liderar o povo até a Terra Prometida.

Certo dia, chegou ao acampamento um visitante inesperado - Yitró, o sogro de Mosheh, trazendo consigo a esposa de Mosheh (Tziporah) e seus dois filhos, Gherson e Eliézer. Mosheh ficou muito contente ao vê-los, afinal,Yitró tinha levado seus netos e filha, para que Mosheh pudesse trabalhar sem preocupações.

Yitró ficou encantado com tudo que tinha ouvido falar a respeito das maravilhas que o Eterno havia feito no meio do Seu povo, e Mosheh aproveitou para lhe contar tudo em detalhes. "Baruch HaShem/Bendito seja YHWH" — Exclamou Yitró!

Todavia, Mosheh não pode ficar mais tempo com sua família e sogro e, no dia seguinte, retomou o seu árduo trabalho em conduzir o povo. A uma certa distância, Yitró ficou observando como Mosheh se desgastava,  atendendo a uma interminável fila de israelitas, que vinham tomar conselhos todos os dias sobre seus problemas e desentendimentos que tinham uns com os outros. Naquela mesma noite, inconformado com o interminável trabalho de Mosheh, Yitró lhe perguntou:-  "Mosheh, por quê você passa do dia inteiro atendendo toda essa gente?

Mosheh lhe respondeu:- "O que posso fazer?  Tenho de ser juíz para julgar as suas causas e ainda ensinar-lhes a Torah/Lei de YHWH.

E Yitró respondeu:- "Mosheh, se continuar assim, você vai ficar esgotado e as pessoas estressadas por ficarem tanto tempo na fila, esperando para falarem com você.  Não está certo, isso!  Você precisa de ajuda, Mosheh".
Escute o que vou te dizer:- "arranje pessoas capazes;  homens de confiança, que sejam obedientes a YHWH. Deixe-os encarregarem-se de resolver as causas mais simples. Eles trarão a você, somente, os casos mais difíceis e graves para que  julgue".
Mesmo sendo um grande líder, Mosheh teve humilde suficiente para seguir o bom conselho de seu sogro Yitró e fez tudo conforme ele lhe dissera.
Escolheu homens respeitáveis para o ajudarem no trabalho de orientar e ensinar os israelitas e se despediu de seu sogro, que voltou para sua terra, feliz, por ter podido ajudar Mosheh com um bom conselho.
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Os dez Mitzivot (Mandamentos).


(Shemot/Êxodo 19:20-25; 20:1-17)
Passado o terceiro mês, desde a saída de Mitzrayim/Egito, Mosheh conduziu o povo de Refidin, até a encosta do Monte Sinai, para ali acamparem.
Foi então que YHWH pediu a Mosheh para subir ao monte, pois queria que ele entregasse ao povo de Israel algumas de Suas Mitzvot / Mandamentos, porque, depois de muitos anos vivendo no Egito, eles haviam se afastado de YHWH e  precisavam reaprender as Suas Mitzvot. Mas, o que são Mitzvot / Mandamentos? São Leis; instruções que se desobedecidas nos afastam de YHWH e de Suas brachot.
Mosheh desceu do Monte Sinai trazendo 2 Tábuas contendo os Dez Ditos de Elohim. Reuniu o povo e começou a falar:- "assim disse Elohim: 'Meu povo, Eu Sou YHWH, Seu Elohim. Tirei vocês do Egito, a terra onde vocês eram escravos. Não adorem outros elohim. Não façam imagens ou escultura, nem do que está em cima no céu, ou aqui embaixo na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não se ajoelhem diante delas, nem as adorem, pois Eu Sou YHWH e não permito outros elohim. Eu castigo aqueles que Me rejeitam, até os seus filhos, netos, bisnetos e trinetos. Mas, sou bondoso com os que Me amam e observam as Minhas Mitzvot, e abençôo os seus descendentes por milhares de gerações. Não usem o Meu nome sem o respeito que ele merece; pois Eu não os desculparei. Guardem o Shabat, que é um dia sagrado. Vocês têm seis dias na semana para trabalharem; mas, o Sétimo dia da semana é o Dia do Descanso, dedicado a Mim, YHWH, seu Elohim. Não trabalhem nesse dia, nem deixem que os outros trabalhem por vocês; nem os seus animais, nem os seus empregados.
Em seis dias eu, YHWH, fiz os céus, a terra, o mar e tudo o que há neles, mas no Sétimo Dia descansei. Foi por isso que Eu, YHWH, abençoei o Shabat e o separei para ser um dia especial. Respeitem o seu pai e a sua mãe, para que vocês vivam muito tempo na terra que vou dar a vocês. Não assassinem. Não cometam adultério. Não roubem. Não falem mentira contra ninguém. Não queiram para si o que é de outra pessoa. Nem a sua mulher, nem os seus empregados, ou seus animais ou qualquer outra coisa que seja dela'."
E o povo ouviu atentamente as palavras de Mosheh e temeu tudo o que YHWH disse pela  boca dele.

1 - Não terás outro elohim além de YHWH. 2 - Não farás imagem de escultura.
3 - Não tomarás o nome de YHWH teu Elohim em vão.
4 - Lembra-te do dia do Shabat, para o santificar.
5 - Honra a teu pai e a tua mãe.
6 - Não matarás.
7 - Não adulterarás.
8 - Não furtarás.
9 - Não dirás falso testemunho.
10 - Não cobiçarás.
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A Consagração dos COHANIM (Sacerdotes).


(Shemot/Êxodo 29:1-46)
Esse capítulo (perek) de Shemot trata da "consagração" dos Cohanim / Sacerdotes ao serviço à YHWH.
Aharon/Arão e seus filhos eram da Tribo de Levi e, conforme instruções de HaShem, foram "separados" por Mosheh para o ofício sacerdotal, ou seja, representar o povo perante YHWH apresentando seus sacrifícios pelo pecado e também as suas ofertas de gratidão.
Para que estivessem aptos (qualificados) a representar o povo, os Cohanim tinham de estar purificados de seus próprios pecados, portanto, diariamente, durante 7 dias eles dedicavam a YHWH um novilho sem defeito, que era morto pelos seus pecados.
Exôdo 29:1 "Isto é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio..."
Além disso, o Cohen Gadol/Sumo Sacerdote passava por um cerimonial de purificação que envolvia o sacrifício de boi, carneiros, pais Ázimos e vinho, que era feito dentro do pátio à entrada do Mishkan/Tabernáculo.
Exôdo 29:20 " E imolarás o carneiro e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre as pontas das orelhas direitas de seus filhos, como também sobre os dedos polegares das suas mãos direitas, e sobre os dedos polegares dos seus pés direitos; e o restante do sangue espalharás sobre o altar ao redor."
Na pia de bronze, à entrada do pátio, eles deveriam constantemente lavar os pés e as mãos, simbolizando a necessidade de estarmos sempre com os pés e as mãos "purificados" para servirmos a YHWH.
Todas as vezes que o sacerdote representava o povo perante YHWH, era feita uma "limpeza simbólica", com a lavagem de todo o corpo. Depois disso, os Cohanim eram vestidos, cada qual com a sua vestimenta e as suas cabeças ungidas com óleo de oliveira perfumado com especiarias.
Assim, era feita a cerimônia de consagração dos cohanim/sacerdotes que eram separados para o serviço a YHWH.
E esse perek/capítulo termina com uma promessa de HaShem: "E ali virei aos filhos de Israel; e a tenda será santificada pela minha glória; santificarei a tenda da revelação e o altar; também santificarei a Aharon e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio. Habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei o seu Elohim e eles saberão que eu sou YHWH seu Elohim, que os tirei da terra do Egito, para habitar no meio deles; Eu Sou YHWH seu Elohim".
Em Yeshayahu/Isaias 53:12 e Ivrim/Hebreus 9:28 lemos que Yeshua foi  "sacrificado" de uma vez por todas, para tirar os pecados de muitos, estando, hoje, como "Mediador" perante YHWH para expiação dos nossos pecados.
Em Guilyana/Apocalipse 1:5-6, lemos que "pelo seu sangue (derramado no madeiro) Yeshua nos libertou dos nossos pecados, e nos fez reino de sacerdotes para YHWH” (Apocalipse 1:5-6).
Portanto, Yeladim, nossa responsabilidade como povo de Israel é buscarmos viver sempre de acordo com a Torah, com os nossos pés limpos (tendo cuidado até com os lugares onde vamos virtualmente) e as mãos puras (nunca tocando naquilo que não nos pertence), do contrário, todas as vezes que formos rebeldes contra a Torah e entristecermos o coração de YHWH, é como se estivéssemos novamente sacrificando Yeshua como cordeiro, tendo seu sangue outra vez derramado para que nosso pecado seja perdoado.
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domingo, 17 de junho de 2012

Bereshit 31p (Gênesis) Capitulo Midrash Rabáh (Toráh oral).


Avraham está pronto para sacrificar seu filho no monte de Moriyá

D'us chamou: "Avraham, Avraham!"

"Estou disposto a fazer qualquer coisa que me peças," respondeu Avraham

"Pegue seu filho Yitschac," disse D'us, "e vá para a terra de Moriyá. Lá deverás ofertá-lo como sacrifício numa das montanhas que eu lhe mostrarei!"

Podemos imaginar como Avraham deve ter ficado chocado!

Todo pai ama seu filho. Avraham sentia um carinho especial por Yitschac, porque havia esperado por um filho até a idade de cem anos. E não tinha outro filho para tomar o lugar de Yitschac.

Avraham também se lembrou da promessa de D'us que Yitschac teria tantos descendentes quanto as estrelas do céu. Agora essa promessa não se cumpriria.

Mas Avraham não fez perguntas a D'us. Pensou: "Qualquer coisa que D'us me pede farei sem questionar."

Avraham não sabia como contar para Sara que D'us queria que Yitschac fosse sacrificado. Ela ficaria tão triste, partiria o seu coração.

Portanto, disse a Sara: "Nosso filho cresceu. É tempo de ele estudar Torá. Amanhã vou levá-lo para a Yeshivá de Shem."

"Faça como você diz," respondeu Sara. "Mas por favor não o deixe lá por muito tempo, pois não posso aguentar a separação. Cuide bem dele no caminho."

Sara preparou bonitas roupas para Yitschac utilizando os trajes que o Rei Avimêlech lhe havia dado. Ela também preparou provisões para a viagem.

Pela manhã bem cedo, Avraham selou pessoalmente seu burro. Ordenou ao filho Yishmael, que estava então de visita na casa de Avraham, e ao seu servo Eliêzer, que os acompanhassem.

Avraham rachou lenha (para tê-la pronta para o sacrifício) e colocou-a sobre o burro. Chamou Yitschac, e partiram juntos.

Durante a jornada, Satan, o anjo que tenta persuadir as pessoas a não obedecer a D'us, apareceu a Avraham e Yitschac.

Primeiro Satan se apresentou a Avraham como um homem velho. Falou um pouco com Avraham, até que este lhe contou aonde estava indo, e por quê.

Depois, perguntou, "Você não está sendo tolo por ir matar um filho que nasceu em sua velhice? Não é possível que D'us lhe tenha ordenado fazer isso. Ele não lhe daria uma ordem tão cruel!"

Mas Avraham compreendeu que essas eram idéias e argumentos de Satan.

"Deixe-me em paz!" - gritou, e o anjo desapareceu.

Satan então apareceu a Yitschac como um rapaz jovem e bonito.

"Você sabe para onde seu velho e tolo pai o está levando?" - perguntou. "Para o sacrifício! Morrerás jovem!"

"Pai!" - Yitschac chamou Avraham. "Você ouviu o que esse rapaz estava me dizendo?"

"Tome cuidado com ele", Avraham preveniu a Yitschac. "Não lhe dê ouvidos! É Satan, o anjo do mal, que quer que desobedeçamos a mitsvá de D'us!" Avraham gritou de novo com Satan, e este se foi.

Satan tentou de outro modo. Transformou-se num grande rio, bloqueando o caminho. Avraham e Yitschac avançaram rio adentro até que a água alcançou seus pescoços e aí ficaram com medo.

Então Avraham compreendeu que tudo aquilo era um teste para eles. "Aqui nunca houve rio algum," disse para Yitschac. "Isso é obra de Satan".

"D'us, tire Satan de nosso caminho", implorou Avraham. "Estamos tentando cumprir a Sua ordem."

Satan foi embora e o rio voltou a ser terra seca.

Depois de caminhar por três dias Avraham avistou a montanha sobre a qual a nuvem da Shechiná (Divindade) pairava, e assim soube para qual montanha dirigir-se com o seu filho.

Avraham disse a Yishmael e Eliêzer: "Fiquem aqui aos pés da montanha. Eu e Yitschac subiremos, prostrar-nos-emos perante D'us e voltaremos para onde vocês estão."

Avraham, sem saber, havia dito a verdade! Tanto ele como Yitschac realmente voltariam da montanha!

Avraham pôs a lenha da fogueira nos ombros de Yitschac, e juntos subiram a montanha.

Yitschac perguntou-se. Havia uma faca e fogo, mas nenhum animal para o sacrifício! Havia suspeitado da verdade antes, mas agora tinha quase certeza.

"Pai," perguntou Yitschac, tremendo, "Vejo o fogo e a madeira, mas onde está o animal para o sacrifício?"

"Já que você me pergunta", respondeu Avraham, "vou lhe contar. D'us escolheu você para o sacrifício, meu filho."

"Eu vou me deixar sacrificar de bom grado," disse Yitschac sem hesitar. "Mas me dói pensar no sofrimento da minha mãe quando souber de minha morte."

Quando chegaram ao local assinalado, Avraham construiu um altar e dispôs a madeira sobre ele. Depois Avraham colocou Yitschac sobre o altar por cima da madeira. Yitschac pediu a ele para amarrar suas mãos e pés firme para não empurrar ou chutar e com isso, estragar o sacrifício. Lágrimas escorreram dos olhos de Avraham, enquanto estendia sua mão empunhando a faca para matar seu filho. Mas em seu coração estava feliz por obedecer a D'us.

No céu, D'us ordenou ao anjo Michael: "Rápido, diga para Avraham parar!"

"Avraham, Avraham," chamou o anjo Michael. "Não mate seu filho!"

Avraham sentiu um súbito desapontamento.

"Vim até aqui, ergui o altar e preparei o sacrifício, tudo em vão?" - perguntou ele. "Permita-me fazer um pequeno corte nele com minha faca, para mostrar que estava disposto a sacrificá-lo."

"Não o machuque!" - ordenou o anjo.

Avraham rezou a D'us: "Por que então me ordenaste oferecer meu filho em sacrifício?"

D'us respondeu, "Somente ordenei, 'leve-o para o monte de Moriyá', porque queria comprovar se você me obedeceria. Passaste no teste. Mostrei a todos povos do mundo que tsadic você é!"

Avraham sentiu um vazio. Viera especialmente para oferecer um sacrifício; e de repente, não tinha nenhum para ofertar a D'us.

Então, D'us fez aparecer um carneiro, a uma pequena distância de Avraham. Seus chifres estavam enredados nos arbustos. Avraham o pegou e o sacrificou sobre o altar.

Ele suplicou a D'us: "Por favor, D'us, aceite este sacrifício como se tivesse sacrificado meu filho!"

Avraham profetizou: "Sobre esta montanha, onde atei Yitschac, um dia será construído o Templo Sagrado (Bet Hamicdash). Aqui a Shechiná será revelada ao povo judeu. Como eu estava disposto a sacrificar Yitschac, D'us aceitará as orações e sacrifícios do Povo de Israel."

D'us sempre recorda o grande mérito do sacrifício de Yitschac.

É quase inacreditável que um homem que teve um filho único em sua velhice, e a quem D'us muitas vezes prometera que teria muitos descendentes deste filho, estivesse disposto a sacrificá-lo para D'us, sem queixas ou perguntas.

Especialmente em Rosh Hashaná, o dia em que D'us nos julga, mencionamos em nossas rezas:

"D'us, por causa do sacrifício de Yitschac, julgue todos os judeus com misericórdia. Assim como Avraham atou seu filho ao altar e subjugou a sua piedade para cumprir Tua vontade, assim D'us, sê misericordioso para conosco mesmo se nós O encolerizamos!"

Por que tocamos shofar, um chifre de carneiro, em Rosh Hashaná? Para que D'us tenha misericórdia de nós, pelo mérito de Avraham que estava disposto a sacrificar seu único filho.
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Bereshit 30p (Gênesis) Capitulo Midrash Rabáh (Toráh oral).



O nascimento de Yitschac e o banquete que Avraham fez quando Yitschac foi desmamado

Sara deu a luz a um menino em Pêssach, um ano depois que os anjos visitaram a tenda de Avraham. Sara tinha noventa anos e Avraham cem anos quando seu filho veio ao mundo. Era um grande milagre que eles tivessem um filho na velhice.

Avraham e Sara disseram: "Todas as pessoas que ouvirem que tivemos um filho se alegrarão." Deram o nome de Yitschac ao recém-nascido.

Quando Yitschac completou oito dias, Avraham lhe fez a milá (circuncisão).

Sara amamentou Yitschac até os dois anos de idade. Quando o desmamou, Avraham deu uma festa.

Algumas pessoas diziam: "Avraham e Sara nunca tiveram um bebê. São velhos demais. Devem ter levado um bebê estranho para casa e contado a todos que era seu próprio filho!"

Por isso, Avraham instruiu Sara: "Amamente os bebês de todas as mulheres que vierem para a festa! Assim verão que D'us transformou você numa jovem mulher e Yitschac é nosso verdadeiro filho!"

Sara amamentou todos os bebês que foram levados a ela. Agora, todos acreditaram que D'us realizara um maravilhoso milagre para Avraham e Sara.

Avraham manda embora Yishmael e Hagar

O pequeno Yitschac cresceu junto com seu meio-irmão mais velho, Yishmael, filho de Hagar.

Yitschac prestava atenção a tudo que Avraham lhe ensinava. Mas Yishmael zombava do que Avraham lhe ensinava. Trazia ídolos para casa e os cultuava. Avraham não percebeu isso, mas Sara sim.

Um dia Sara observou uma briga entre Yishmael e Yitschac. Yishmael se vangloriou: "Sou o primogênito. Terei uma porção dobrada dos bens de Avraham." Yitschac respondeu: "Mas, eu é que sou o filho de Sara. Mereço herdar tudo o que Avraham possui."

Yishmael e Yitschac correram juntos para o campo. Yishmael sacou seu arco e flecha e disparou contra Yitschac.

Quando Sara o repreendeu, retrucou: "Estava apenas brincando."

Sara falou a Avraham: "Não é bom que Yitschac e Yishmael permaneçam juntos. Yishmael não se comporta como seu filho, mas como filho de uma mulher egípcia! Sua mãe, Hagar, deve ter-lhe ensinado a cultuar ídolos. Mande Yishmael embora junto com ela!"

Avraham ficou muito perturbado. Quem tomaria conta de Yishmael longe de casa? Talvez Yishmael ficasse até pior, longe de sua influência.

Mas D'us disse a Avraham: "Sara tem razão. Ouça tudo o que ela lhe diz. Mande Hagar e Yishmael embora. Somente Yitschac tornar-se-á o patriarca de uma nação sagrada, não Yishmael. Não se preocupe com ele; Eu o protegerei mesmo estando longe de sua casa."

Na manhã seguinte, bem cedo, Avraham fez como D'us havia lhe ordenado. Deu pão e um frasco de água para Hagar e pôs Yishmael sobre seus ombros, porque Yishmael estava com febre. Avraham os mandou embora.

Hagar e Yishmael vagaram pelo deserto. A febre queimava em Yishmael e este tinha tanta sede que logo bebeu toda a água que a mãe havia levado.

Hagar tinha medo de que seu filho morresse de sede, porque não sobrara água no frasco.

Colocou-o sob um dos arbustos que cresciam no deserto, depois afastou-se e começou a chorar.

Hagar rezou a D'us e assim como o doente Yishmael. D'us aceitou a oração do menino doente. Um anjo falou do céu: "Hagar, não temas! D'us está protegendo teu filho. Ele viverá e se tornará o pai de uma grande nação!"

De repente, Hagar viu um poço com água, no meio do deserto. Havia aparecido milagrosamente. Beberam de sua água e Hagar encheu o frasco.

Hagar e Yishmael estabeleceram-se no deserto de Paran. Yishmael tornou-se arqueiro.
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Bereshit 29p (Gênesis) Capitulo Midrash Rabáh (Toráh oral).



O nascimento de Yitschac e o banquete que Avraham fez quando Yitschac foi desmamado

Sara deu a luz a um menino em Pêssach, um ano depois que os anjos visitaram a tenda de Avraham. Sara tinha noventa anos e Avraham cem anos quando seu filho veio ao mundo. Era um grande milagre que eles tivessem um filho na velhice.

Avraham e Sara disseram: "Todas as pessoas que ouvirem que tivemos um filho se alegrarão." Deram o nome de Yitschac ao recém-nascido.

Quando Yitschac completou oito dias, Avraham lhe fez a milá (circuncisão).

Sara amamentou Yitschac até os dois anos de idade. Quando o desmamou, Avraham deu uma festa.

Algumas pessoas diziam: "Avraham e Sara nunca tiveram um bebê. São velhos demais. Devem ter levado um bebê estranho para casa e contado a todos que era seu próprio filho!"

Por isso, Avraham instruiu Sara: "Amamente os bebês de todas as mulheres que vierem para a festa! Assim verão que D'us transformou você numa jovem mulher e Yitschac é nosso verdadeiro filho!"

Sara amamentou todos os bebês que foram levados a ela. Agora, todos acreditaram que D'us realizara um maravilhoso milagre para Avraham e Sara.

Avraham manda embora Yishmael e Hagar

O pequeno Yitschac cresceu junto com seu meio-irmão mais velho, Yishmael, filho de Hagar.

Yitschac prestava atenção a tudo que Avraham lhe ensinava. Mas Yishmael zombava do que Avraham lhe ensinava. Trazia ídolos para casa e os cultuava. Avraham não percebeu isso, mas Sara sim.

Um dia Sara observou uma briga entre Yishmael e Yitschac. Yishmael se vangloriou: "Sou o primogênito. Terei uma porção dobrada dos bens de Avraham." Yitschac respondeu: "Mas, eu é que sou o filho de Sara. Mereço herdar tudo o que Avraham possui."

Yishmael e Yitschac correram juntos para o campo. Yishmael sacou seu arco e flecha e disparou contra Yitschac.

Quando Sara o repreendeu, retrucou: "Estava apenas brincando."

Sara falou a Avraham: "Não é bom que Yitschac e Yishmael permaneçam juntos. Yishmael não se comporta como seu filho, mas como filho de uma mulher egípcia! Sua mãe, Hagar, deve ter-lhe ensinado a cultuar ídolos. Mande Yishmael embora junto com ela!"

Avraham ficou muito perturbado. Quem tomaria conta de Yishmael longe de casa? Talvez Yishmael ficasse até pior, longe de sua influência.

Mas D'us disse a Avraham: "Sara tem razão. Ouça tudo o que ela lhe diz. Mande Hagar e Yishmael embora. Somente Yitschac tornar-se-á o patriarca de uma nação sagrada, não Yishmael. Não se preocupe com ele; Eu o protegerei mesmo estando longe de sua casa."

Na manhã seguinte, bem cedo, Avraham fez como D'us havia lhe ordenado. Deu pão e um frasco de água para Hagar e pôs Yishmael sobre seus ombros, porque Yishmael estava com febre. Avraham os mandou embora.

Hagar e Yishmael vagaram pelo deserto. A febre queimava em Yishmael e este tinha tanta sede que logo bebeu toda a água que a mãe havia levado.

Hagar tinha medo de que seu filho morresse de sede, porque não sobrara água no frasco.

Colocou-o sob um dos arbustos que cresciam no deserto, depois afastou-se e começou a chorar.

Hagar rezou a D'us e assim como o doente Yishmael. D'us aceitou a oração do menino doente. Um anjo falou do céu: "Hagar, não temas! D'us está protegendo teu filho. Ele viverá e se tornará o pai de uma grande nação!"

De repente, Hagar viu um poço com água, no meio do deserto. Havia aparecido milagrosamente. Beberam de sua água e Hagar encheu o frasco.

Hagar e Yishmael estabeleceram-se no deserto de Paran. Yishmael tornou-se arqueiro.
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Bereshit 28p (Gênesis) Capitulo Midrash Rabáh (Toráh oral).


Avimêlech, o rei dos pelishtim leva Sara para seu palácio

Depois que Sodoma foi destruída, Avraham decidiu sair daquela vizinhança. Pensou: "Ali não vai mais haver viajantes a quem eu possa oferecer refeições em minha tenda, e a quem eu possa transmitir ensinamentos."

Avraham e Sara viajaram para a terra dos filisteus (pelishtim). Apesar dos filisteus não serem tão maus como os egípcios, Avraham preveniu Sara: "É melhor dizer a todos que somos irmãos."

O rei Avimêlech ouviu falar de Sara. Ordenou aos soldados que a trouxessem ao seu palácio.

Sara rezou à D'us para enviar um anjo para protegê-la. D'us mandou uma praga para o rei Avimêlech e sua família.

Naquela noite, D'us apareceu em sonho ao rei Avimêlech, e o advertiu "Hei de puni-lo com morte, porque trouxeste Sara para o seu palácio. Ela é uma mulher casada!"

Avimêlech defendeu-se: "O que fiz de errado? Sou um tsadic. Tanto, Avraham como Sara disseram-me que são irmãos. Se me castigar com a morte, Avraham também merece morrer! A culpa é dele."

D'us repreendeu Avimêlech: "É verdade que não sabias que Sara era casada. Porém, não tinha o direito de trazê-la à força para o palácio. Isso foi um sequestro e mereces a morte por isso. Devolve-a para o marido, do contrário morrerás!"

O rei Avimêlech retornou Sara para Avraham. Perguntou: "Não sabias que somos pessoas boas e bem educadas? Por que, em vez de contar-me a verdade, fingiste que Sara era sua irmã?"

Avraham respondeu: "Pode ser que seus cidadãos agem como pessoas boas, mas vi que eles não têm temor a D'us. Pessoas que não temem a D'us são capazes de matar para tomar minha mulher."

O rei Avimêlech deu presentes caros a Avraham para apaziguá-lo.

Avraham rezou a D'us: "Cure Avimêlech e sua família da praga." D'us aceitou a oração de Avraham e curou Avimêlech.

Avraham é hospitaleiro com todos

Avraham mudou-se para Beer Shêva, ao sul da Terra de Israel.

Lá plantou um lindo pomar, repleto de frutas deliciosas como figos, uvas e romãs.

Quando os viajantes passavam, Avraham os convidava para sentarem-se. Perguntava-lhes: "O que você gostaria de comer?" Cada viajante pedia a comida que desejava. Avraham servia a cada hóspede, mas não cobrava nada pela comida e ou serviço que prestava.

Na época de chuva, Avraham oferecia alojamento, onde passantes podiam ficar sem pagar.

Quando um indivíduo havia comido e bebido, Avraham dizia, "Agora, recite uma bênção de agradecimento!"

"O que devo dizer?" - perguntava o convidado. Avraham ensinava: "Diga: 'Abençoado seja D'us, Rei do universo, Cuja comida comemos!.'"

Desta maneira, Avraham fez o Nome de D'us conhecido no mundo todo. Milhares e milhares de pessoas começaram a acreditar em D'us e rezar para Ele.
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Bereshit 27p (Gênesis) Capitulo Midrash Rabáh (Toráh oral).


Lot e suas filhas

O anjo disse a Lot: "Fuja para a montanha onde vive Avraham." Mas Lot temia voltar à vizinhança de Avraham, pensando: "Quando vivia entre o devasso povo de Sodoma, D'us comparou-me a este, julgando-me relativamente justo, e por isso salvou-me. Porém se mudar-me para as vizinhanças de Avraham, o tsadic, serei considerado perverso, se comparado a ele." Sendo assim, Lot rogou a D'us para que poupasse a cidade de Tsoar, a fim de que pudesse para lá escapar. "Tsoar tem menos pecados que Sodoma," argumentou, "uma vez que foi povoada mais recentemente." D'us concedeu-lhe o pedido e, em sua consideração, não destruiu a cidade de Tsoar. Lot foi assim recompensado por ter-se desviado de seu caminho para convidar os anjos, e por ter se colocado em perigo por causa dos anjos. Em troca, agora D'us o favoreceu, salvando Tsoar.

O anjo ordenou a Lot: "Apresse-se e fuja para Tsoar, pois não posso destruir Sodoma antes que você chegue lá!" Lot e suas filhas apressaram-se para Tsoar, porém não permaneceram. Lot temia estabelecer-se naquela cidade, porque ficava muito perto de Sodoma. Em vez disso, mudou-se com as filhas para uma caverna nas montanhas, desconsiderando, assim, as palavras do anjo que lhe ordenou refugiar-se em Tsoar. Como conseqüência, sucedeu-se a vergonhosa história dos eventos ocorridos na caverna.

Duas grandes mulheres estavam destinadas a descender das filhas de Lot: Rut, a mulher moabita que viria a ser a ancestral da dinastia de David e, em última análise, de Mashiach; e Naama, a mulher amonita que se casaria com o rei Salomão, e tornar-se-ia mãe do rei Rechavam. As filhas de Lot puderam sobreviver à aniquilação em consideração às duas preciosas almas - Rut e Naama - que mais tarde delas viriam a brotar.

Ambas as filhas de Lot eram justas e virtuosas, e aprenderam a amar a D'us na casa de Avraham. Após testemunharem a destruição de quatro grandes cidades, e a terra engolir todos os habitantes de Tsoar (apesar de não ter sido destruída, como Sodoma), as filhas de Lot ficaram com a impressão de que um segundo Dilúvio havia varrido a terra, deixando-as como únicas sobreviventes. "Nosso pai está velho," disse a irmã mais velha para a mais nova, "e poderá morrer. A não ser que um filho varão lhe nasça em breve, a raça humana perecerá! As filhas de Lot agiram por amor ao Céu. Encontraram vinho na caverna, o qual D'us preparara especialmente para essa finalidade, pois queria que ambas as nações, Amon e Moav, viessem a existir. Permitiram que o pai se embriagasse, e seduziram-no. A primeira deu o exemplo, e a mais jovem seguiu-o.

Ao contrário das filhas, Lot sabia, através dos anjos, que a destruição afetaria apenas determinado número de cidades, e não o mundo inteiro. Mais ainda, apesar de estar embriagado e não ter consciência do que fazia na primeira noite, pela manhã percebeu, e soube o que acontecera. Não obstante, permitiu-se embriagar-se novamente, sabendo perfeitamente quais seriam as conseqüências

Ambas engravidaram e deram à luz filhos varões.

A mais velha era tão desavergonhada e impudente que deu ao filho um nome que indica claramente sua ignominiosa paternidade. O nome Moav vem de "Me'av", "do pai." A mais nova, contudo, deu a seu filho o nome de Amon, que significa "filho de meu povo", desta forma, ocultando pudicamente seu pai. Foi recompensada na época de Moshê, quando D'us ordenou que o povo judeu não incitasse guerra contra Amon.
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